10/05/2010

Novos ares.



Nesses tempos modernos eu acabo não dando ouvidos a um monte de coisa, sobretudo de opiniões, as mais variadas atentando para diversos assuntos, entre eles um em especial; indicações de bandas. Indicações de filmes também está sendo uma coisa muito superficial pra mim. Mas bandas, todo mundo indica. E, pra mim, sempre foi meio sacal buscar ouvir coisas novas porque por muito tempo, e na maioria das vezes, me sinto deslocado do senso comum. Não que eu seja diferente, mas até mesmo o senso comum do que é indie hoje me perturba um pouco. Dito isto, venho aqui indicar uma banda. Parece incoerência né?
Não, não venho indicar nada. Venho apenas falar de uma banda que escutei recentemente e que me deixou satisfeito com o que ouvi. Havia deixado de lado todas essas coisas indies modernas, porque não me agradavam. Tem muita banda boa, não é falta de qualidade. Simplesmente, as coisas estão cansativas, repetitivas. Mas tem, óbvio, algumas coisas muito boas tocando por aí. Apenas não tenho mais saco de ficar ouvindo tudo. Resolvi que ouviria como de costume minhas bandas lá dos 60 e 70 e outras tantas desse período que sempre quis ouvir em sua totalidade e não tinha tido possibilidade. Ainda não consegui fazer isso.
Mas uma das bandas que ouço atualmente, e o motivo do meu post é a The National. Por algum motivo especial que não sei qual, a banda me agradou bastante. Ouvi por acaso um vídeo gravado da banda tocando "Terrible Love" num castelo, às margens do rio Hudson. Pra mim foi um momento mágico da música e do videoclipe. Uma beleza que não via à tempos.
Quem ouve a banda e conhece um pouco da música de uns 30 anos atrás, pode achar muita semelhança com outra banda de um tal sujeito chamado Bernard Sumner.
A música é densa, não é minimalista, mas tem aquele uso dos intrumentos, bem moderado, não há excessos. É uma música econômica, se é que se pode adjetivar desse jeito. Mas não há economia de qualidade. Os arranjos são bem minuciosos, você ouve a mesma música umas 10 vezes e ainda há coisas a ouvir.
As letras são próximas de uma falsa simplicidade as vezes, mas com frases que traduzem muita coisa, têm em poucas palavras muito peso, e uma não linearidade que acaba por enriquecer bastante a interpretação de quem as ouve. O clima das músicas é bem soturno, as vezes detendo uma ironia velada.
Afora o fato de o vocalista, Matt Berninger, ter uma voz grave, diferenciada, e de uma forma de cantar característica, nada como Tom Waits, mas algo com identidade própria.




Ouvi o álbum novo da banda que será lançado agora em maio, dia 11, o High Violet.
Este álbum eu ouvi todo e achei muito bom. Já o ouvi umas 10 vezes.
Minha satisfação aumenta a cada audição. Ao contrário de umas 20 coisas que fui ouvir ano passado que disseram ser o "melhor disco do ano", e pra mim que não entendia nada, não via aonde aquilo era sensacional.
Enfim, era isso. Não gosto de ficar indicando porque cada um tem o seu gosto mas Murillo, você eu sei que deve gostar da banda, se é que ainda não conhece. Pelo menos esse disco. Ouça aí e me diga!





Fotos tiradas da internet, as 2 últimas foram do show recente no Royal Albert Hall e se encontram aqui mais: http://www.flickr.com/photos/davidemery/4586356762/in/set-72157623885785947/



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