De volta às boas corridas.

A corrida de Monza era esperada há muito tempo. Primeiro porque Monza é Monza. Teve até carro da Chevrolet homenageando a pista. A tradição do GP italiano ao longo dos anos, com grandes corridas e grandes vencedores fala por si só. Segundo, e talvez, mais importante; é uma das poucas pistas do calendário atual que propicia o prazer em assistir ao fã de F-1. Afora o GP do Canadá, Bélgica e Malásia, fica meio chato ver as corridas de F-1 de hoje. Certo, algumas outras pistas também propiciam boas corridas, mas elas não são como Monza. Interlagos é uma boa pista e Suzuka também mas, as “modernas”pistas de hoje estão tirando a graça de assistir um bom pega. Depois trataremos desse assunto.

O bom é que Monza veio e cumpriu o seu papel. Tivemos hoje, um dos melhores GPs do ano, se não o melhor. Tínhamos antes da largada as Mclarens como favoritas, depois de um bom tempo amargando resultados sofríveis, porém, junto com elas havia a surpresa da Force India, que nestas últimas corridas em que o desempenho aerodinâmico não é muito exigido, se saíram muito bem. A Ferrari também estava bem melhor e corria em casa. E Raikkonen havia vencido a última prova, ou seja, sua moral estava um pouco melhor(depois de ter levado pisa o ano todo para Massa). Barrichello largava em quinto, uma posição à frente de Button, seu rival na disputa pelo campeonato.

Logo na largada, uma boa surpresa, Rubinho larga bem! Com mais ação que seus rivais, vai pra cima de (pé-na-)Kovalainnen e ultrapassa bem, só não teve uma largada melhor porque foi fechado por alguém que não pude identificar pela linha de dentro(acho que era Sutil). Desde então, manteve-se conciso na estratégia definida, pilotando sempre de maneira muito eficiente, e com bom rendimento. Button vinha sempre em sua cola, aproveitando também sua ascensão na prova mas Barrichello era melhor sempre, volta a volta. Enquanto isso, Hamilton abria vantagem, em primeiro para Raikkonen(de novo) que vinha com a Force India colada(de novo raikkonen?!) de Sutil tentando ultrapassá-lo. Com uma estratégia de corrida mais precisa, e com os seu dois pilotos inspirados, a Brawn pôde a partir da metade da corrida em diante, pôr seus dois pilotos na liderança do GP. Mesmo antes de ter que parar, já se pressentia que a corrida ficava para as Brawn ou para Hamilton, e Kovalainnen caía cada vez mais no grid. Eis que depois das paradas das Brawn e da última de Hamilton, a situação já definia, Rubinho, Button e Hamilton, nesta ordem brigando pela vitória. A questão que ficava era se Barrichello se daria bem com o jogo de pneus mole, já que Button teve uma certa dificuldade no primeiro trecho, mas ocorreu tudo bem. Hamilton se aproximava de Button mas sem grande perigo e o mesmo se aproximava de Barrichello mas a diferença ficava na casa dos 3 segundos. Terminou que de tanto forçar para cima de Button, Hamilton rodou, na última volta, logo após acelerar demais na entrada de uma curva e tocar o pneu traseiro na grama na saída, sendo jogado contra o muro fazendo com que o Safety Car entrasse. Neste momento a corrida já se dava por encerrada, Barrichello chegava em primeiro e Button segundo. Em terceiro (agradecendo a Hamilton por mais uma vez provar sua falta de capacidade mental) chegava Raikkonen, para consolo dos ferraristas.

Foi uma boa corrida e Barrichello deu um grande exemplo de pilotagem, vencendo pela terceira vez em uma das pistas mais tradicionais da F-1. Uma excelente exibição. Porém, ao contrário dos entusiastas de Rubinho, eu não vejo grandes chances de ele tomar esse campeonato das mãos de Button. São 14 pontos de diferença(diminuiu 2). É certo que Button não tem o mesmo brilho do início do campeonato, deve estar muito mais nervoso com a responsabilidade de se tornar campeão. Mas essa vantagem na F-1 de hoje, e com apenas 4 corridas para o fim, é muito grande. Se Button não for um Hamilton, o campeonato está no bolso. Se for, se ficar fazendo barbeiragem e metendo o carro na frente dos bois, aí sim a coisa vai pegar. Gostaria e torço para isso, mesmo porque a emoção de uma decisão na última corrida é incomensurável. Mas já conheço a velha história de Rubinho ao longo dos anos(não vou dar uma de hipócrita como Nelsinho que agora bate palmas para Rubens-deve estar fazendo média depois do vexame que deu). E convenhamos, Barrichello veio reagir muito no fim. Tivesse ao menos feito algo no início do campeonato...