16/10/2009

Tarantino's Basterds





Uma cena de abertura para ficar gravada na memória, personagens fortes, diálogo afiado, grande diálogo, na verdade, em ambos os sentidos, um crescendo de tensão. É possível ouvir o ranger dos dentes nas poltronas vizinhas, o roer de unhas, grande interpretação do elenco, bem afinado com o diretor, metáforas, mudanças entre closes fixos bem determinados e movimentação de câmeras ao avanço da tensão na cena, plano de fundo vindo à tona, ficamos confusos tanto quanto ao que se passa na história quanto ao que devemos buscar na imagem, de dentro de uma sala procuramos ver o que acontece fora, pela janela, mas não vemos nada, imaginamos o que pode estar se passando lá, bem como imaginamos o que pode vir a acontecer dentro também isso tudo enquanto a cena acontece diante dos olhos. Dessa forma de jogar o espectador já num ambiente frenético é que começa o novo filme de Tarantino, Bastardos Inglórios.

O filme trata de uma visão diferente de retratar os fatos decorrentes na segunda guerra. Até não deveria usar o termo retratar, já que o filme não pretende retratar nada. É uma ficção, livremente baseada nos acontecimentos da segunda guerra, mais precisamente, na França depois da ocupação alemã. Não pretendo revelar nada do filme, apenas atento para o fato de Tarantino estar novamente tratando de usar módulos, como capítulos, da mesma forma que fez em Kill Bill. Interessante também notar novamente os diálogos sempre bem construídos com as cenas, e que antecedem os momentos mais nervosos do filme. Entretanto, esses diálogos que funcionam bem na maioria do filme, pecam por serem muito longos. Não entendi essa insistência de Tarantino, uma despreocupação com o tempo, os diálogos vão se estendendo indefinidamente. Muita coisa poderia ser cortada. Deixando só o que importa. Parecia mais o trabalho de conclusão de curso de meu irmão, um trabalho bonito e muito bem feito mas que pecava na apresentação pelo excesso de detalhes. E neste novo filme, em particular, há um certo preciosismo em alongar demais os capítulos, o filme é em algum momento percebido como longo. Quando o espectador começa a pensar “este filme não chega a um desfecho?” então talvez, alguma coisa não tenha ido bem na montagem. Filmes muito longos tendem a perder a concisão, não é o caso, mas o mesmo fica se prorrogando demais. Coisa que já veio sendo caracterizada pelos anteriores Kill Bill, vol1 e vol2. Quanto ao desfecho, este sim me deixou cabisbaixo. Confesso mesmo que não gostei da solução final. Enfim, para uma obra de ficção que não pretende ser referencia histórica, pode se aceitar qualquer coisa mesmo. Mas em termos de Tarantino, achei mesmo que com todo o descompromisso histórico, o que faltou foi criatividade no final.




Resto do Post

3 comentários:

  1. Essa atriz é muito gata. E está muito bem no filme. Por isso a foto dela!

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  2. Parabéns pelo BLOG!
    Interessante!
    =)
    EDUARDO DANTAS
    João Pessoa - PB - BRASIL

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  3. Opa,
    Temos um novo blogueiro???????
    Seja bem vindo Eduardo!!!!!!!!!!!!

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