13/02/2010

Chico B.


Acabei de ler Leite Derramado, esse mesmo, o novo de Chico,

gostaria de deixar aqui como indicação de um bom livro. Com várias entrelinhas, na verdade a história é um misto de memórias, por vezes conflitantes, por vezes imaginadas, e dessa coletânea de memórias se vai montando um quebra-cabeças que é um retrato de 4 gerações ao menos de uma tradicional família brasileira. Tradicional leia-se, família de origem portuguesa, dessas que vieram com a corte fugida da europa, no século 19, cheia dos vícios de corrupção e concentração de poder, e da falta de compromisso e eficiência no trato das coisas públicas e que aqui se alojaram e estabeleceram essa burocracia toda que ainda prende o país no mundo dos séculos passados.

O livro retrata a decadência dessas famílias tradicionais, diante da passagem dos anos, assim como o país vai evoluindo e diminuindo essa desigualdade pomposa que existia, desde a abolição da escravatura e tal.

Mas esta não é a história do livro, na verdade não há uma história em si, há vários relatos da vida dessa família tudo aos olhos de Eulálio d'Assumpção, filho de outro Eulálio, Neto de outro Eulálio Bisneto de um outro Eulálio, Tataravô de Eulálio outro, um playboy do Rio atual.

Contudo, permeia o livro sobre uma linha tênue, a paixão de Eulálio, narrador, pela sua musa Matilde. Uma sensação semelhante a de D. Casmurro me passou a leitura desse livro nao sobre o ponto de vista literário, como muitos já disseram sobre o livro, mas sim pela dor de corno mesmo, e a eterna desconfiança que nunca se concretiza de fato.

Enfim, creio que quem ler deve desfrutar de uma boa leitura.


Resto do Post

Um comentário:

  1. ainda espero os livros que você disse que ia me emprestar....

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